Em 2002, ocorreu uma audiência pública, para discussão do Relatório de Impacto Ambiental Preliminar (RAP)
do projeto da Termoeléctrica da Carioba II. Entre as propostas do projeto estão a sua implantação na cidade de Americana e
o fornecimento de energia elétrica para a região. O projeto contempla tecnologias quase de ponta e a geração de mais empregos.
Estavam presentes quase 500 pessoas, que também ficaram atentas quanto aos problemas ambientais e sociais que podem resultar
com a implantação desse projeto
Um problema fundamental para a produção de energia, está relacionado com o uso e com a disponibilidade de
água nesta região. Atualmente, os estudos levantados pelo Comitê de Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí,
e de trabalhos acadêmicos produzidos pela UNESP, UNICAMP, USP, IPT e outros, demonstram claramente que não há disponibilidade
hídrica na região. Com base nisso, muitas pessoas e organizações como a Sociedade Rioclarense de Defesa do Meio Ambiente (SORIDEMA),
questionam os impactos que este projeto poderá causar a curto e longo prazo.
Questões que também merecem atenção, são os impactos acumulativos de outros grandes empreendimentos em fase
de licitação ambiental na região, que inclui mais três termoeléctricas, loteamentos para mais de setenta mil pessoas, uma
represa em Santa Maria da Serra para a Hidrovia e expansão da Rodovia Bandeirantes etc.
É gritante, a falta de planejamento regional que contemple os efeitos desses projetos , sobre o meio ambiente
e consequentemente sobre a qualidade de vida . Mas para que haja um planejamento consciente e eficaz, faz-se necessário o
levantamento de questões como a disponibilidade hídrica da região, como o projeto estruturará mais pessoas e indústrias numa
região já superlotada, quais os efeitos da emissão de 6 ton. de gases produzidos por hora, salvo a saúde pública e clima da
região, e quais seriam os efeitos cumulativos que essa obra acarretaria sobre o meio ambiente e a qualidade de vida da população
local?
Durante a audiência, não houve qualquer manifestação em prol da obra, nem por parte do sindicato que representava
os novos empregados. Então é de considerar, que o conceito de desenvolvimento a qualquer preço, já está sendo rejeitado pela
população.
Contudo, o resultado mais importante dessa audiência pública, foi a participação da sociedade civil, que
manifestou de forma democrática sua insatisfação quanto a implantação desse projeto, respondendo a uma tomada de decisões
no processo de desenvolvimento que, por ventura, afetam o seu dia a dia e o futuro de seus filhos.
Neste momento, A SORIDEMA faz parte de um subcomissão do Comitê para fazer regras mínimas para implantação de obras grandes
que induzem ainda mais o uso dos recursos hídricos, a pedido da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. A situação é clara:
atualmente temos um déficit do fornecimento de água na bacia, que também precisa crescer. Por isso, será necessária exigir
mais dos novos empreendimentos que anteriormente, principalmente para tentar reverter os efeitos passivos ambientais passados,
gerados principalmente pelo não tratamento dos esgotos domésticos. Se você tem, uma idéia, favor entrar em contato com a SORIDEMA.
Tentaremos levar suas indagações ou sugestões para discussão